“Lava Jato chega a Dilma e fortalece base de Temer”

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Dilma, a corrupta do xampu

Para quem porventura ainda não tenha se dado conta, é bom se ligar: Dilma Rouseff está a ponto de se tornar a maior bandida do Brasil. Além de má administradora comprovada, de uns dias para cá o país tem sido alertado das suas artimanhas contábeis. Uma ladroeira só.

Na última semana as notícias se intensificaram. Primeiro viralizou uma reportagem objetiva e bem apurada anuciando que a senhora de madeixas sempre bem arrumadas usou dinheiro da Petrobras (pasmem!!!) para mantê-las lustrosas. Em outra notícia, quentinha, de hoje, ficamos sabendo que pode ser que um bandido preso tenha dito que a presidente faz mesmo parte da sua quadrilha

As narrativas criadas, as teses pré-fabricadas, o temerário jornalismo declaratório — veja o impagável vídeo abaixo para ententender do que se trata na voz de um dos maiores jornalistas brasileiro — revezam-se nos jornalões. O compromisso passa longe de ser buscar a objetividade dos fatos, de se valorizar o contraditório, de se exercer a honestidade intelectual. O que vale é atender ao interesse do dono do jornal, que, acredite, não é o mesmo que o interesse da maioria dos brasileiros.

Em O Globo, coube ao pitaqueiro* Merval Pereira o papel de tarefeiro da vez. Para isso, o engenheso jornalista criou uma boa fábula: Dilma se utiliza de dinheiro sujo para cortar o cabelo. Que desmoralização!

Merval garantiu que ela fez isso várias vezes, assim, sem comprovar. Disse meio de um texto encomendando para ser explosivo, que rendeu ao jornalista com eterna cara de bêbado de bar do centro uma capa do jornal. Assim, de maneira simples, corta-se uma reputação.

Detalhe: a história soou tão estapafúrdia que virou em vários comentários de jornalistas com honestidade intelectual regular.

Hoje foi a vez do UOL apelar. Na matéria de capa quase o dia inteiro (aqui), lê-se: Lava Jato chega a Dilma e fortalece base de Temer”. É uma afirmativa contundente, mas sem nenhuma comprovação no texto que vem a seguir.

No primeiro parágrafo, a certeza do título se torna possibilidade: “O conteúdo inicial da delação premiada do executivo Marcelo Odebrecht causou impacto na ação do impeachment, em trâmite final no Senado, e deverá fortalecer a base governista na tentativa de acelerar o desfecho do processo. As informações prestadas pelo empreiteiro à Operação Lava Jato envolvem diretamente a presidente afastada Dilma Rousseff”.

Depois, ficamos sabendo que não é seguro que Odebrecht tenha dito o que o veículo está sedento que ele diga: que Dilma também faz parte da quadrilha pluripartidária da Lava-Jato. A suposta delação foi antecipada pela revista IstoÉ que, pasmem, ainda existe.

Mas o que está por trás dessa manchete que se refere a uma possível afirmação que, se de fato feita, ainda precisa ser comprovada?

Simples: o medo, véspera do desespero, de que se o processo do impeachment seguir o trâmite inicial previsto no Senado, é cada vez mais provável que a presidente Dilma Roussef reassuma a presidência.

Por quê? Ora, todos têm claro: país nenhum suporta tanta notícia ruim em tão pouco tempo, e o governo Michel Temer parece que vem aumentando sua produção delas. E olha que é só o ínício.

Começou com o anúncio do time, que de “ministério de notáveis” passou a ser estrelado por citados da Lava-Jato. Sete, para ser exato.

O fato de não ter nomeado uma mulher ministra reforçou a tese da ótima reportagem da revista (sic) Veja sobre o que mordomo de filme de terror espera das representantes do sexo feminino: que sejam belas, recatadas e do lar, como a sua.

Matéria da Revista Veja dos anos 60. Não, querida, de 2016 mesmo
Matéria da Revista Veja dos anos 60. Não, querida, de 2016 mesmo

Depois veio o anúncio desmonte das conquistas dos direitos dos trabalhadores. Ao que parece, estão dizendo por aí, não sobrarão nem direitos trabalhistas, nem saúde pública, nem educação paga por nossos impostos, nem, nem. A lista de perdas é grande.

Mais: a cúpula presidencial do momento inesperadamente tem sido exposta dia-após-dia-de-vários-dias por outro bandido. Sérgio Machado exerce o seu papel de canalha de sempre, mas ao menos presta um serviço ao país ao dar mais algumas dicas de quem são Romero Jucá, Fabiano Silveira, Renan Calheiros, José Sarney e outros do bandoleiros do presidente.

É tanto desgoverno e desmando, que se acendeu a luz amarela que Michelzinho, o filho, pode ter que deixar de brincar nos salões amplos e lustrosos de Brasília e voltar com o pai para casa.

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Michelzinho tem gostado de Brasília

Antecipando-se à consciência dos senadores que votaram pela admissibilidade do impeachment e que, segundo buchichos cada vez mais concretos, pendem a reconsiderar seus votos e trazer Dilma de volta — na votação definitiva ela precisa do voto de 28 dos 81 senadores para permancer no cargo, e ao que tudo indica já conta com 25 –, a ordem agora é dizer que será menos traumático para o país se o processo for encurtado.

É verdade, de certa forma: imaginem milhares de jornalistas estrangeiros no Brasil, durante as Olimpíadas, contando ao mundo do que se trata o impeachment à brasileira. Um golpe ao golpe.

Leia mais: Globo se desespera e ataca Dilma com denúncia mirabolante de Merval

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* Pitaqueiro: jornalista que se utiliza da prerrogativa da liberdade de expressão para dizer o que lhe der na na telha, e não para nos contar sobre o que conseguiu apurar, com o mínimo de honestidade intelectual)

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