Tímido quando viaja? Dicas pra quebrar o gelo com locais

Na Índia, a maneira de cumprimentar um ancião é tocar-lhe os pés (ilustração: Sílvia Rodrigues, Folha de S.Paulo)
Na Índia, a maneira de cumprimentar um ancião é tocar-lhe os pés (ilustração: Sílvia Rodrigues, Folha de S.Paulo)

Desembarcar no aeroporto de Nova Déli, capital da Índia, em maio de 2015, foi arrepiante. Vindo da Rússia, a única certeza viajante que tinha era uma passagem de volta marcada para 26 depois, partindo de Moscou, rumo a Madri. Uma logística complexa para uma aventura que depois anotaria como inesquecível — talvez a melhor da minha vida andante.

Mochilão abandeirado nas costas, saí ao saguão e me deparei com uma multidão multicorida e alvoroçada de gente. Uma algazarra que contrastava como a serenidade da paz indiana que esperava encontrar.

Com pinta de turista para os padrões locais, fui rapidamente cercado por homens de várias idades e semblantes: Táxi? Hotel? Passeios? Agência de Turismo? Informações? Água? Chip telefônico? Sem rumo, sem direção e com sede — depois de um voo nuna cia russa no qual as aeromoças pouco mais ofereciam do que cara de pouco amigos –, de fato precisava contratar a maioria daqueles serviços, mas sabia que se cedesse a alguma oferta, nunca mais sairia dali.

Conselho: mesmo que esteja desesperado ao desembarcar em quaquer lugar do mundo, situação inesperada a ser encarada — o transfer não apareceu…  a reserva do hotel caiu… — , mantenha a calma e firmeza na postura. Demonstrar insegurança é um prato cheio para vigaristas de aeroporto, uma classe mundial, se aproveitarem e transformarem fragilidade em maus negócios para você.

Fechado por uma parede humana, chamou-me atenção um homem de visual horripiante para nossos padrões, mas de olhar tranquilo. Bob passou-me segurança desde quando o vi. Aproximei-me daquele motorista de táxi quebrando o gelo. Ao apertar sua mão direita firmemente, olhando nos seu olhos, disse: “no meu país, o Brasil, cumprimentamos assim. Aqui também?” — na Índia, o mais comum ao cumprimentar alguém  é unir as palmas das mãos diante do peito e dizer Namasté ou Namaskar, soube dele.

Mesmo desconhendo os hábitos locais, naquele momento estabeleci uma conexão imediata com o homem que aparentava 40 anos, que depois eu souber ter 31.  Simplesmente ao mostrer-me interessado com a sua cultura, dizer de onde era e aguçar sua curiosidade, e principalmente demonstrar estar disposto a conversar durante o nosso trajeto até a cidade.

Anote: mais do que saber o gesto de cumprimento adequado em cada país, usar o desconhecimento para aprender ali, no momento — e mesmo repetir a pergunta algumas vezes –, é uma maneira incrível de criar empatia com estrangeiros. Funciona!

Assim mesmo, achei interessante uma nova reportagem do New York Times, a seguir, sobre as diferentes maneiras de se antecipar e saber como saudar locais ao redor do mundo. Espero que você também curta.


Saiba como cumprimentar pessoas em diferentes países do mundo

Você acaba de aterrissar em Pequim, Rio de Janeiro ou Christchurch, na Nova Zelândia, e é recebido no aeroporto por um grupo de moradores. Qual é a maneira correta de cumprimentá-los? Fazer reverência, estender a mão ou abraçá-los? E o mais importante: beijo ou não?

O mundo pode parecer cada vez mais globalizado, mas, em relação aos cumprimentos, os modos locais ainda prevalecem –e as coisas podem complicar quando um empresário americano adepto do abraço encontra um colega japonês (uma reverência é a melhor opção).

Se você se vir em companhia de um grupo de maoris nativos da Nova Zelândia, precisará se preparar para o tradicional cumprimento nasal, que envolve encostar o nariz e a testa aos do interlocutor.

Os tibetanos têm o mais incomum dos gestos de cumprimento: mostram a língua ao interlocutor, ainda que de uma distância segura.

Saudação comum no Nepal inclui línguas à mostra

No Rio, a convenção local dita dois beijinhos no rosto. Algumas horas de carro ao sul, em São Paulo, prevalece o beijinho único. Em Pequim, os moradores preferem um aceno de cabeça e um sorriso.

BEIJO NO AR

Em boa parte da América Latina, Europa e Oriente Médio, trocar beijinhos no ar à altura do rosto é comum entre desconhecidos. Mas cada país pode ter hábitos próprios.

Homens argentinos trocam beijos no rosto, mas só se forem amigos de amigos. Em parte do mundo árabe, um beijo duplo no ar à altura do rosto é obrigatório, mas só entre pessoas do mesmo sexo.

Na França, as coisas podem ficar complicadas: o visitante pode esperar de quatro beijos (em Nantes) a dois (em Toulouse) ou apenas um (em Brest). A regra geral é que os lábios não devem tocar o rosto, ainda que a expectativa seja de que a pessoa faça com os lábios um estalido.

Em Portugal, o beijo em geral começa da esquerda para a direita, mas na França é da direita para a esquerda.

Na maior parte do norte da Europa, um aperto de mão firme basta entre desconhecidos, enquanto um beijo único no rosto será suficiente entre amigos. “Firme” não basta como descrição do aperto de mão obrigatório entre homens que não se conhecem, na Rússia, que pode parecer um teste de resistência óssea.

Beijar desconhecidos, ou tocá-los, é reprovado na Ásia. O cumprimento costumeiro na Tailândia é uma mesura com as mãos unidas.

Na Índia, um aperto de mão frouxo é aceitável entre homens, mas não faça o mesmo com uma pessoa do sexo oposto. A maneira de cumprimentar um ancião indiano é se curvar e tocar-lhe os pés.

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