10 lugares para descobrir a Madri mais autêntica
Madri não é a capital mais bonita da Europa. Não tem mar azul, nem rio caudaloso, nem monumentos grandiosos, nem arranha-céus por todos os lados, e muito menos desenho em cada canto da cidade. Mas tem uma energia sobrenatural. As pessoas caminham pela cidade com expressão cômoda, “desenfadada” como dizem por aqui, e há pessoas por todos os lados. A rua é a casa dos madrilhenhos, que acolhem os de fora como poucos. É para mim a capital mais viva do mundo, feita para conviver, não para consumir. Feita pra caminhar, não para dirigir. Feita para vivenciar lugares históricos, onde não há pressa pela modernidade de concreto. Madri também é muito mais que a Gran Vía, que o Templo de Debod, que a Puerta del Sol, que o Retiro, seus pontos turísticos mais conhecidos. Por isso, compartilho 10 lugares autênticos, e pouco conhecidos, da cidade. A inspiração foi um post da revista Liligo. Vamos?
1 – Eremitério de San Antonio da Flórida (Moncloa)
Monumento pouco conhecido, ainda mais sabendo o tesouro que há dentro: os magníficos afrescos de Francisco de Goya, um dos mais prestigiados pintores espanhóis de todos os tempos. Embora sejam consideradas uma de suas melhores obras – a tal ponto que chamam de Capela Sistina de Goyesca -, atraem pouco turismo. Talvez pela localização, já que fica na Glorieta de San Antonio da Flórida, já distante do centro turístico. Apesar disso, é uma visita essencial se você é um amante da arte. E se você é um mitomaníaco de Goya, ainda mais: no interior está o túmulo dele.
2. Parque de El Capricho (Barajas)
Se você gosta do parque del Retiro, também vai adorar El Capricho. É um parque histórico, construído para a Duquesa de Osuna (a da estação de metrô) entre 1787 e 1838. Um largo período de tempo de construção significou uma grande variedade de estilos parque afora, uma descoberta contínua. Você verá uma mansão do século XVIII, jardins românticos, cachoeiras, lagos e, a obra maestra, o famoso templo. Uma viagem ao tempo. O parque não abre todos os dias e fica bem longe do centro (estação El Capricho, linha 5 do metrô). Por isso, é conveniente que você verifique os horários deles no site da Prefeitura de Madri. Os anunciado neste momento são:
- Del 1 de octubre al 31 de marzo sábados, domingos y festivos de 9 a 18:30 horas.
- Del 1 de abril al 30 de septiembre sábados, domingos y festivos de 9 a 21 horas.
- Los días 25 de diciembre y 1 de enero el parque permance cerrado al público.
Onde poderíamos encontrar a irreverência mais autêntica de Madri senão em Lavapiés? O Templo Patólico é uma iniciativa de um outrora popular comediante local, Leo Bassi. Nele é adorado o Pato de Borracha que, de acordo com seus fiéis, deve redimir todos nós. Embora a iniciativa beba do mais puro dadaísmo, seus promotores a levam a sério: há missas todos os domingos, bem como um serviço de cerimônia de casamento. Independentemente da piada, visitar este templo patológico é algo muito interessante e divertido. Seu interior é uma gaveta estilizada de alfaiate, uma colagem de diferentes objetos que, parodiando uma igreja católica, é uma demonstração de imaginação. Se você passa por Lavapiés, aconselhamos que você passe pela Travesía Primavera número 7 e, quem sabe, converta-se à religião.
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4. Igreja San Antonio de los Alemanes (Centro)
Por outro lado, se o que você quer admirar a beleza de uma igreja “seriamente”, sugiro uma visita à de San Antonio de los Alemanes. É um lugar pouco conhecido em Madri, talvez por seu exterior discreto. No entanto, ao cruzar a entrada, você poderá admirar um dos espaços sagrados mais luxuosos da capital. Está localizado atrás da Gran Vía, no lado do bairro de Malasaña. A igreja é tambémuma das poucas em formato oval na Espanha. Um espaço surpreendente coberto por uma infinidade de pinturas e afrescos.
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5. Praça da Vila de Paris (Colón)
Um pedaço de Paris no meio de Madri: é assim que podemos definir essa praça isolada localizada em frente à fachada da Suprema Corte. Apesar de sua localização central, perto da Plaza Colón e da Calle Génova, a praça é pouco apreciada, não sei o porquêm já que um espaço muito agradável para se sentar e passar o tempo. Além de ambiente muito diferente do resto de Madri por sua arquitetura francesa.
6. Museo da América (Moncloa)
É um mistério o motivo pelo qual um museu que abriga peças valiosas é quase desconhecido. Com outro lugares deste post, pode ser devido a sua localização, próximo ao Farol de Moncloa, já periférico da zona mais turística da cidade. Mas vale muito a pena ir até lá. O Museu da América preserva algumas peças de grande interesse artístico e antropológico. Nele há de tudo: da cerâmica mochita a peças de vários materiais – muitas vezes ouro – das várias culturas que habitavam o continente antes da colonização espanhola.
7. Museu Lázaro Galdiano (Bairro de Salamanca)
Além do museu da América, em Madri há muito mais que o Prado, o Reina Sofia e o Thyssen. Outro que merece a visita é o Museu Lázaro Galdiano. Este museu abriga a coleção pessoal de José Lázaro Galdiano, empresário e colecionador de Navarra, cuja vida passou entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX. Dizem que era um homem de muito bom gosto e, acima de tudo, muito rico; Apreciador da arte, ele conseguiu colecionar uma coleção impressionante. Destaque para sua coleção de quadros, composta por obras de ninguém menos que Zurbarán, Sánchez Coello, Zurbarán, El Greco, Veláquez, Goya e muito outros.
8. Praça de Olavide (Chamberí)
Se você quiser visitar a Madri mais tradicional, não hesite passear pela Plaza de Olavide, em Chamberí. Este bairro é um dos mais autênticos da capital, pois combina a aparência burguesa de layout e edifícios com a vida popular em suas ruas e terraços. Além disso, estando um pouco afastado do centro mais conhecido, nem todos os turistas chegam. A praça, além de isolada e cheia de vida, oferece um grande número de terraços para tomar uma drink e tapas.
9. Panteão dos Homens Ilustres (Pacífico)
É um monumento bastante desconhecido por locais e por estrangeiros, apesar de uma parte muito importante da História da Espanha seja contada la. Localizado no distrito do Pacífico, sua localização – apesar de central é muito distante do mainstream de Madri – pode ser uma das razões pelas quais esse monumento, apesar de seu interesse, é tão desconhecido. Embora inicialmente proposta para abrigar os grandes homens da cultura espanhola em todas as suas esferas – literária, artística e política – a idéia de um panteão nacional foi finalmente descartada. Os corpos de personagens como Garcilaso de la Vega, Quevedo ou Calderón de la Barca foram devolvidos às suas sepulturas originais, com o local dedicado a abrigar as sepulturas dos políticos mais importantes do século XIX espanhol.
10. Bunkers do Parque do Oeste (Moncloa)
Localizados em outro grande desconhecido da cidade, o Parque del Oeste, são três bunkers que lembram a luta feroz da batalha de Madri durante a Guerra Civil. Pertenciam ao Partido Nacional, que no embate chegou muito próximo ao centro de Madri. De fato, durante a guerra, a área de Moncloa, onde fica o parque, era literalmente uma zona de guerra. Hoje, 80 anos depois, encontrar os bunkers rodeados de ambiente tão bonito talvez ainda seja intimidador.