Polêmica na França por uma carta de 20 generais aposentados que alertam sobre uma “guerra civil” pelo islamismo e as “hordas de subúrbios”

Não só do combate ao fantasma do Comunismo vive a extrema-direita ao redor do mundo. Na França, onde é fato que a convivência entre a classe trabalhadora e os políticos, o centro e a periferia, dá sinais crescentes de deterioração — como se viu durante os protestos dos coletes-amarelos –, os radicais de direita vão além. Vinte generais aposentados, cem oficiais e mais de mil soldados “alertaram” num manifesto divulgado na semana passada, na revista conservadora Valeurs Actueelles, sobre o suposto “colapso” da França. Entre outras questões, devido aos “islâmicos” e às “hordas das periferias”. E vislumbram um guerra civil. “A hora é séria, a França está em perigo”, começa o texto. “Nós que, mesmo aposentados, ainda somos soldados da França, não podemos, nas atuais circunstâncias, permanecer indiferentes ao destino de nosso belo país”, segue. O manifesto recebeu duras críticas do governo e a saudação da extrema direita.

Coletes-amarelos protestam em Paris em 2018

O texto afirma que existe um sentimento de “anti-racismo” cujo único objetivo é criar “ódio entre as comunidades”. Também “denuncia” “o islamismo e as hordas de subúrbios”, que, segundo os autores, passaram a controlar “territórios sujeitos e impor dogmas contrários à nossa constituição”.

Para confirmar a tese, a carta se refere à decapitação do professor Samuel Paty por radicais islâmicos no ano passado. “Os perigos aumentam, a violência aumenta a cada dia. Quem teria previsto dez anos atrás que um professor seria um dia decapitado em uma universidade?” A carta aberta termina com um aviso ameaçador: “Já não se pode adiar, caso contrário, amanhã a guerra civil acabará com este caos crescente, e as mortes serão contabilizadas aos milhares

Apoio da extrema direita

O texto foi publicado na semana passada e, embora a princípio tenha passado despercebido, aos poucos foi ganhando destaque. A líder de extrema direita Marine Le Pen, ao se dar conta da “oportunidade”, não hesitou em pedir aos autores que a apoiassem nas futuras eleições presidenciais. “Dizem (os que assinaram) aos políticos que a situação é extremamente preocupante, que as vertentes da anarquia, da criminalidade, do autodesprezo e da rejeição do patriotismo por parte dos nossos dirigentes são elementos de desintegração da nação”, defendeu. Já o líder da formação ultradireita Agrupación Nacional compartilhou na terça-feira que “compartilha sua angústia e sua observação” sobre a situação atual na França.

Por outro lado, o Executivo demonstrou condenação total ao “levante”. “A politização do Exército sugerida pela Sra. Le Pen enfraqueceria nosso aparato militar e, portanto, a França. O Exército não está lá para fazer campanha, mas para defender a França e proteger os franceses” disse no Twitter a ministra da Defesa, Florence Parly.

Como se nota, não é só no Brasil que o discurso dia ódio reverbera. O mundo não é para amadores…

com informações es do 20minutos.es









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