Barcelona anuncia projeto para expulsar carros até 2030

Basta pisar em Barcelona para que um andarilho mais atento se dê conta que o urbanismo é levado muito a sério na cidade. Estudantes de arquitetura e urbanismo ao redor do mundo raramente deixam a universidade sem estudar o “case Barcelona”, quando a cidade se transformou totalmente para receber as Olimpíadas de 1992 e se tornou uma das mais atrativas, belas e funcionais urbes do planeta.

Agora Barcelona abraça o futuro novamente. A cidade se tornará uma superquadra em 2030, com uma em cada três ruas das zonas de Sant Martí e Eixample transformada em jardins e com cruzamentos convertidos em praças. Ou pelo menos essa é a intenção do atual governo municipal, presidido por Ada Colau, que apresentou esta quarta-feira o programa ‘Superilla Barcelona’.

O plano, leio no 20minutos, “consiste na reforma de 21 cruzamentos e 21 ruas do Eixample, que se tornarão praças verdes e eixos da cidade com prioridade para pedestres. O objetivo do município é ‘atualizar o Plano Cerdà ao século XXI’, criando mais espaços livres de poluição e ruído e abrindo espaço para passear, brincar e consolidar o comércio local.

Mapa de Barcelona 2030, com as 21 ruas que se tornarão eixos verdes (em verde) e os 21 cruzamentos que se tornarão praças (em vermelho). O plano prevê oito ruas e praças em 2023

O arquiteto e urbananista responsável da prefeitura, Xavier Matilla, explicou ontem aos meios de comunicação que, se Barcelona quer ser mais verde, não tem outra opção senão redesenhar a via pública: “Não temos espaços para parques e não podemos mais fazê-los. Para responder à infraestrutura verde, é preciso tocar as ruas, porque não há espaço ”.

Superbloco de Sant Antoni, concluído em 2019 no Eixample de Barcelona

Embora o plano para 2030 contemple a reforma de 42 cruzamentos e ruas, até a data o município só pode garantir a concretização de oito reformas, que estarão prontas até 2023, ano em que termina o mandato atual.

Barcelona, mais uma vez, dá a senha para o futuro das grandes metrópoles do mundo. E, podemos ter certeza, será protagonizado por gente, e não por máquinas.


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